No geral, um resfriado, tosse, dor de garganta, ou qualquer problema respiratório podem levar ao atraso ou cancelamento de um procedimento.
As cirurgias que necessitam de anestesia geral apresentam maior risco de desencadear dificuldades respiratórias no pós operatório. Por essa razão, a avaliação clínica pré-operatória é realizada, garantindo que o paciente esteja respirando da melhor maneira possível, para minimizar estes riscos.
Síndromes Gripais em Crianças
Aproximadamente 20% a 30% de todas as crianças submetidas a procedimentos cirúrgicos apresentam coriza (catarro) em boa parte do ano e devem ser avaliadas de maneira individual
quanto à possibilidade de se realizar ou não uma cirurgia eletiva.
Crianças com infecção de vias aéreas superiores ativa ou recente (até quatro semanas após o início do quadro) possuem risco aumentado de desenvolver complicações respiratórias no período peri-operatório pois a reatividade das vias aéreas pode permanecer alterada por até 6 a 8 semanas após a infecção.
A infecção viral recente é fator de risco para complicações pulmonares durante a anestesia, sendo 7-10x mais frequentes complicações como: tosse, laringoespasmo, broncoespasmo, internação prolongada e necessidade de UTI no pós-operatório.
Portanto é importante que se investigue, durante a avaliação pré-anestésica, se a criança tem coriza (catarro), febre ou tosse nos dias que antecedem o procedimento já que nem toda coriza é resultado de infecção respiratória viral.
COVID e Anestesia em Adultos
A Covid-19 é uma doença emergente e ainda estamos aprendendo sobre suas repercussões agudas e crônicas. Inicialmente pensamos que era uma doença respiratória, mas agora aprendemos sobre coágulos sanguíneos e um processo inflamatório complexo.
Os efeitos persistentes da Covid-19 podem afetar sua saúde de várias maneiras – incluindo como seu corpo reage à cirurgia. Nesse caso, as mudanças são significativas. Um número crescente de estudos tem mostrado um risco substancial aumentado de internação prolongada, complicações pulmonares e até morte pós-operatória por pelo menos quatro semanas após a infecção sintomática e assintomática pela doença.
Nenhuma cirurgia é isenta de riscos, e os cirurgiões sempre avaliam os riscos e benefícios de realizar um procedimento específico em um determinado paciente.
Mas é importante ressaltar que uma infecção cria um estado inflamatório no corpo, que pode se perpetuar por pelo menos seis semanas e não apenas o procedimento cirúrgico, mas também a anestesia podem agravar a inflamação no corpo.
Procure seu cirurgião ou anestesista em caso de infecção respiratória próxima ao seu procedimento cirúrgico.